Babies


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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Por tudo na vida que já aprendi, por tudo o que ainda vou aprender, por todas as mágoas e decepções, por todas as alegrias construídas e destruídas, por tudo isso, agradeço. A gente aprende e vive. A primeira decepção é sempre a pior. Nos faz querer morrer. A segunda, a gente aprende a suportar. As outras nos dão uma força de vida tão enorme, que o mundo fica mais bonito, mais claro. E o amor? Ah! O amor é o que há de mais lindo e perfeito nesse mundo. Eu nunca vou desaprender a amar. E a gente entende que o valor, o respeito e a consideração que damos a uma pessoa, quando são destruídos por ela, chegam para gente de outra forma. Com os amigos perfeitos que te acolhem, com o mar lindo e imenso, com as músicas de uma banda preferida, com as palavras de um autor que te decifra. E a dor quase física que te dói na alma, vira a força mais potente para aproveitar todas essas coisas maravilhosas que a vida nos traz. Ser magoado é melhor que magoar. Mesmo quando a gente não entende. Porque ser magoado é estar livre para perdoar e viver. Magoar é destruir um pouquinho de sua própria alma e sofrer. As dores que a gente causa em alguém nos perseguem pela vida. As dores que nos são causadas nos ensinam e nos fortalecem. Engana-se quem acha que por sofrer uma desilusão, deve se fechar à vida. Porque uma hora ou outra a vida vai te presentear. É só estar aberto. Ser feliz é o que há de mais maravilhoso. Só que tem que estar preparado para isso. A felicidade é tão perfeita que a maioria das pessoas não aguenta. Mas eu sempre achei que não me encaixava muito bem na maioria. Ainda bem. E eu não estou em busca da felicidade, buscar é não ter. Eu deixo a felicidade me atingir. Porque eu a tenho. Em cada detalhe, em cada palavra, em cada dor. E convenhamos, nada mais romântico que uma ferida aberta. "Cujas dores nos abrem os sentidos para a beleza, e cujas chagas parecem rosas vermelhas."

domingo, 12 de setembro de 2010

Uma vontade quase estranha de se colocar em frente ao papel e escrever. Escrever para entender a vida. Para entendê-la de uma forma diferente. Dentro dela havia uma força, uma sede, uma fome de algo. Conhecer tudo. Cada detalhe, explicar todos os porquês. As respostam não geravam nela nada mais que paixão. As perguntas, sim, eram seu problema. As perguntas se confundiam, se misturavam, se perdiam. Mas de uma certa maneira, não haveria porque achá-las. Elas eram o combustível. Perguntar fazia dela quem ela era. A eterna ignorância culta. A eterna vontade de colocar nome, de encaixar palavras, de propor enigmas. Enigmas? Enigma talvez seja uma palavra errada. Mas era de palavras erradas que se fazia um texto. Um texto nada mais é que a busca incontrolável de acertos. Uma procura. Sentia que se abrisse os braços e fechasse os olhos sairia de dentro uma luz forte. Uma força enorme. Um brilho inexplicável. Mas não o fazia. Não porque não houvesse vontade. Mas sim, para que a vontade crescesse, para que depois de tudo, depois de todos os caminhos internos, de todas as proposições literais e viscerais, pudesse, enfim, descansar. Um descanso desperto. Acordado. Uma pausa. Claro que sim, porque ela não estava em busca da conclusão. Ela procurava procurar. Porque procurar procurar fazia dela um vulcão. Um vulcão que se movia e removia com o objetivo de entrar em erupção. E quando entrasse, poderia descansar. Só um instante. Só um momento. Uma eternidade passageira. A concentração necessária para adquirir forças e recomeçar.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Ela o viu. Igual. Nada o diferenciava, a não ser por ele estar lá. Ele nunca estava. O olhou nos olhos. Para sua surpresa, ele olhou também. Se cumprimentaram, se conheceram. Ela sorriu e ele retribuiu o sorriso formalmente. Mais uma vez, ela olhou profundamente em seus olhos.
-Adoraria que fosse conosco tomar uma cerveja.
Em todas as palavras, não houve sequer um desvio de olhar. Em sua vida toda, não houve sequer uma vez que ele havia aceitado.
Ela saiu rindo. Ele não iria. Saiu rindo, porque aquele momento tinha valido a pena. Ele pensou que não ia, pensou convicto que não. Mas se perdeu em outros pensamentos e foi. De alguma forma sutil ou profunda, alguns destinos haviam sido mudados de uma vez só.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Eu te olhei. Durante uns 2 ou 3 segundos. Não sei bem. Arrisco com audácia dizer que podem ter chegado a 5. Mas é melhor me conter no 3. Pois bem, te olhei. Te olhei. Saí com você do ônibus, fomos tomar sorvete. Depois rimos de um cartaz estranho voando na rua. Olhamos para os dois lados antes de atravessar a avenida e paramos debaixo de uma árvore para sentir a brisa no rosto. Nos casamos em algum dia do ano, tivemos nosso primeiro filho há dois meses. Continuei sorrindo mesmo depois da música ter terminado. Mesmo depois de você ter saltado do ônibus e ter esfumaçado um sonho infantil.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Ele se sentou a seu lado. A olhou.
-Em que você está pensando?
Ela riu.
-Nos acertos da vida.
-E não nos erros?
-Não. Os erros são acertos.
-Acredito que os erros foram erros mesmo.
Ele suspirou e tomou um gole de sua bebida.
-A gente só comete um erro na vida, se é que comete. - eles se encararam. Ela abriu um sorriso. Olhou para a rua.
-Qual?
-Se eu te disser, vou te impedir de errar. Ou então, te dar a dor do arrependimento.
Ela riu. Se levantou. Mandou um beijo e saiu. Em seu interior um vazio se formava. Mas não era um erro. O erro já havia sido cometido. Irreversivelmente. Da melhor forma que poderia ter sido cometido. Ele a olhou ir embora. E desejou saber se um dia iria vê-la novamente. Provavelmente sim. Inseguramente não. Em seu peito se formou um muro. O muro que separava seu coração da realidade.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

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sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Não importa o quanto você gosta de uma pessoa. Não importa o esforço ao qual você se dedica. Ou quantas vezes você quis dormir. Talvez não importa nem as vezes que você discou o número de telefone e desligou. Ou quantas vezes você quis gritar. Chorar. Sorrir. Não. Isso não importa. Os erros que você cometeu. O olhar que você lançou. As palavras que pronunciou. Nada disso importa. Talvez nada disso nunca importou. O que você leva no peito é seu. Só seu. Porque por mais que você queira gritar, chorar, sorrir. Por mais que cometa erros, que olhe, que disque o número e desligue, que se esforce e que ame, às vezes é necessário saber que nada disso importa, porque nada disso vai fazer com seja recíproco. É algo com o qual temos que conviver. Você, ele, inclusive eu.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Sentado na mesa, ele não escutou. Não enxergou. De todos os sentimentos, aquele era o melhor. Estar lá. Nada físico. Etéreo. Poderia ter ficado lá para sempre. Porque lá era seu lugar. De todos os detalhes, aquele era o maior. De todas as vidas, aquela era a sua. De todos os amores, aquele era o certo. Tudo estava errado, fachada. Superficial. Nada era real. Não podia ser. Porque não estava nos eixos. Bastava uma palavra. Uma visão. Mas ninguém aceitava. Ninguém confessava. Ninguém assumia. Bastava um olhar para saber que poderia durar para sempre.