Babies


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sexta-feira, 1 de julho de 2011

Eu preciso te perdoar e te deixar ir. Eu preciso saber como se faz isso. Eu preciso te esquecer. Em toda a minha vida... não houve um mês tão difícil quanto esse. De tantas loucuras juntas e tristezas profundas. De tamanha decepção e dor. Picos de entusiasmo e de depressão. Vontade de morrer. Não aquela vontade de morrer e nunca mais viver, mas uma necessidade de dormir e acordar sem dor. De domir um sono sem mágoa. Meu Deus. Como foi que isso aconteceu? Como se tira esse dor? Como eu faço? Não há comida que preencha ou bebida que sacie. Mas eu quero beber. Porque só bebendo eu acho a anestesia. Que triste. Que nojo me dá. Te odeio. Te odeio por ter te amado demais. É o ódio na mesma proporção. Não consigo entender tamanha traição de alma. Um sumiço tão vulgar que é capaz de matar um amor. Que é capaz de decepcionar. Quase um suicídio. Hoje eu vejo duas almas chorando baixinho, cada uma de um canto de um quarto, separadas por uma cortina de concreto. De fumaça. Eu vejo um amor despedaçado, um pecado mal pecado, um crime contra o coração. Te vejo nos meus sonhos desesperado, pedindo sem palavras meu perdão. Te vejo às vezes numa rodovia, ou num carro indo sabe-se lá para onde, mas tão longe, tão confuso... eu quero dormir, porque é dormindo que eu sonho. Que eu tento entender. Mas as noites passam e eu acordo sempre sem saber. Vejo meu quarto igual, tão estranho, tão escuro. O teto branco pálido e o celular intocado. Seu número não aparece, a ansiedade cresce e a cada segundo a gente vai se distanciando, se perdendo mais nesse mundo. Nessa imensidão. Por tudo o que eu fiz por você, por cada gota de sangue que eu sangrei e lágrima que derramei, o sumiço e a fumaça foram o que me restou. Você desperdiçou uma vida e suicidou o nosso amor. Não quero te olhar, te escutar, não posso. Não quero te ver, nem te sentir. Mas todo dia de manhã, eu olho duas vezes na rua para ver se seu carro está ali. Todo dia no caminho, eu fico atenta para ver se você, quem sabe, vai se redimir. A cada toque de telefone, eu espero baixinho que seja o seu. E a cada beijo dado na noite, eu me sinto fria e insensível, porque não é mais o seu. E o nojo que vai me dando esperar tudo isso, é enorme. A angústia que vai me tocando por ainda estar no meio desse redemoinho de sentimentos, é infinita. Eu só quero que você vá embora. Mesmo sabendo que a dor nos une, e mesmo querendo permanecer nesse elo cruel por ser a única forma de te sentir, eu quero que você vá embora. E eu preciso saber como se faz isso. (11 de novembro de 2010)