Babies


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sábado, 29 de janeiro de 2011

Vestiu seu casaco e ele a olhou.
-Não entendo porque você tem que ir embora.
-Eu só tenho que ir.
Ele sorriu, um sorriso que continha todas as perguntas que ele jamais pronunciaria. Como aquela menina meiga havia se tornado uma mulher daquelas. Com um olhar superficialmente profundo. Ela poderia falar sobre qualquer assunto que ele propusesse, e ser a pessoa que ele quisesse.
-Você ainda me ama?
Ela sorriu.
-Talvez.
-Eu ainda te amo.
-Eu sei, meu amor. - ela falou provocativa
-Eu mudaria o mundo por você. Me mudaria daqui, se você me pedisse.
-Mas eu não vou fazer essa desfeita com você. Seria pouco romântico tirar tudo isso da ilusão! - ela riu mais uma vez.
-Você não quer que eu volte com você?
-Só ficaria bonito em algum filme de Hollywood. Ou em algum romance desses de banca.
-Naquela época você me pediria para jurar.
-Eu sei.
-Você seguraria minha mão e falaria que iria me amar para sempre.
-É! - ela gargalhou e fixou o olhar em algum lugar distante - era legal aquela época.
-Onde você ainda era a minha menina.
-É... mas o minha não existe mais. - ela sorriu um sorriso bondoso.
-Não... o minha vai existir sempre. Nem que seja minha vontade. É o menina que não existe mais.
Ela o olhou e sorriu mais uma vez. Um sorriso que ocultava alguma coisa.
-Talvez. Já tenho meus 25, né?
-E eu os meus 27.
-Pois é...
-Eu ainda vou mudar o mundo por você. - ela riu gostoso
-Eu adoro essas falsas promessas.
-Por que você não acredita em mim?
-Eu acredito.
-Ah! Você não acredita mais no amor.... entendi! Alguém roubou a menina que era minha...
Ela o olhou. A partir daquele momento uma cumplicidade foi criada. Um elo foi marcado. Ela olhou para o chão e novamente para ele com um olhar que foi criado superficialmente.
-Eu vou resgatá-la. A minha menina... eu vou resgatá-la. - ela o olhou com um olhar de carinho
-E mesmo que ela tivesse sido roubada... seria eu que teria que resgatá-la, não?
-Não... por que ela é meu maior tesouro.
Ela sorriu divertida. Tudo o que ele falava seria a mais pura verdade. Era mais pura verdade.
-Você é fofo.
-Você sabe que, finalmente, eu consegui te entender. Precisou de tudo para eu entender o que você quer dizer...
-Eu quero dizer tudo o que eu digo.
-Eu entendi tudo o que você quer dizer com o seu silêncio.
Ela o encarou. E ele a olhou da forma mais carinhosa e ingênua que ela poderia ver. Quase uma criança. Estendeu a mão para ela que segurou. Por instinto. Por cumplicidade. Por saber que precisava se apoiar. E ele sorriu. Com um sorriso que falava com todas as palavras mudas que ele iria mudar o mundo por ela. E ela sorriu de volta por saber que tudo o que ele havia falado, era verdade. Aquela mais funda verdade que a gente fala do mais profundo do nosso ser. Que nunca se concretiza.

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